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Evolução do arco

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Evolução do arco Empty Evolução do arco

Mensagem  £ëø Mø®£ix 17/2/2010, 01:25

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A Evolução do Arco

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O arco é um instrumento de força e resistência, que, nos primórdios de nossa história, aparece como a solução para abater animais e guerrear.
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Quando saiu da caverna e começou a construir sua casa, o homem não era capaz de cobrir grandes espaços. Muito tempo depois, com a descoberta do arco pela arquitetura, conseguiu fazer coberturas maiores, dominando, assim, grandes vãos. Até hoje, o arco é uma das soluções ideais para cobrir amplos espaços, servindo também para vencer extensos espaços, como no caso das maravilhosas pontes.
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Mas o que nos interessa, de verdade, é o arco que faz vibrar as cordas dos instrumentos. Criado há cerca de 7 mil anos pelos árabes, o arco é, até hoje, feito com os mesmos materiais, madeira e crina de cavalo.
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Nos séculos XVI e XVII, os maravilhosos instrumentos de cordas sofreram grandes mudanças com o intuito de melhorar a sonoridade. Mas, nessa época, o arco usado pelos músicos era o que estivesse à mão, geralmente um simples arco barroco com aquelas modestas cordas de tripa. Apesar disso, foram criadas músicas e obras fenomenais, inigualáveis. Porém, o invento humano é, felizmente, infinito.
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Com os compositores sempre criando novas obras para auditórios cada vez maiores, houve a necessidade de maior volume sonoro. Agora, já estamos falando do grande classicismo, das grandes orquestras. Nesse momento, as cordas passaram a receber muita atenção. E, por volta, de 1800, surgiram os grandes arqueteiros franceses, que passaram a desenhar e produzir o arco romântico, até hoje imitado.
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>>> História do Arco <<<
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Na trajetória de sua evolução, o arco sofreu diversas transformações: das grandes curvaturas côncavas, passou por uma silhueta quase retilínea, até a incorporação da forma atual, convexa.
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(Procure o “Saltério de Arco”, da para se perceber claramente a concavidade dos arcos antigos http://www.infonet.com.br/renantique/instumentos.htm ).
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Pelo site do Rebab também é possível ver a concavidade de um arco antigo:
http://www.seasite.niu.edu/indonesian/budaya_bangsa/Gamelan/Javanese_Gamelan/counter-melody/rebab.htm
Formato atual dos arcos, convexo:
http://www.nhureson.com.br/foto_acessorios_violino_05.asp
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Paralelamente à evolução dos instrumentos de cordas, em si, o arco, peça fundamental à sua execução, foi objeto de transformação equivalente. O grande violinista Giuseppe Tartini (1692-1770), fundador de uma escola de violino, foi o idealizador do parafuso de ajuste do talão, que veio possibilitar o controle da tensão da crina – más foi o grande archetier ou archetaio Tourte (pai de François Tourte - será citado mais adiante), que adaptou tal mecanismo aos arcos.
(foto de talão moderno http://www.musikantiga.com.br/acessorios.asp ).
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No passado, quando ainda não existia tal recurso, era com o dedo mínimo da mão direita que as cerdas dos arcos eram puxadas para baixo, aumentando ou diminuindo-lhes a tensão.
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Por essa razão surgiu a maneira peculiar de empunhar o arco, por baixo do talão (também conhecida por underhand), entre os instrumentos da família da Viola da Gamba ( http://www.infonet.com.br/renantique/instumentos.htm ), cuja adaptação para contrabaixo ficou conhecida como Bolonhesa , ou à Dragonetti. Essa modalidade foi adotada posteriormente pelos alemães, razão pela qual, ironicamente, recebeu a denominação arco tedesco na própria Itália que lhe deu berço.
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***Obs: Nossa, se a “simples” técnica de se manejar o arco já é difícil, fico imaginando como deveria ser mais difícil ainda antes de 1770 (o violinista tinha que usar o dedo mínimo da mão direita para controlar a tensão das cerdas do arco). Ainda bem que o violinista Giuseppe Tartini inventou o parafuso de ajuste do talão que possibilita o controle da tensão através de um mecanismo, não sendo mais isso uma incumbência do violinista.

***Um “salvo de palmas” para Giuseppe Tartini.
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>>> Adquirindo o Formato Atual – convexo <<<
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Depois... na França, no final do século XVIII, que o filho de Tourte – François Tourte (1747-1835) – fez uma modificação que revolucionou a técnica de todos os instrumentos de cordas: por volta de 1770 ele vergou a madeira do arco em sentido contrário, convexamente, com a barriga da curva em direção à crina.
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Foi também o mesmo Tourte (François), originalmente um modesto relojoeiro, o responsável por experiências que levaram à escolha da madeira ideal, hoje universalmente utilizada: o Pau-brasil, também conhecido como pau-rosado ou pernambuco, duas de suas variedades – esta última, nome do estado brasileiro onde se supõe ter sido a madeira primeiramente encontrada.
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François Tourte também fixou as dimensões ideais para o arco, que no violino variam entre 74 e 75 cm de comprimento, com o ponto de equilíbrio (fiel) a 19 cm do talão. É verdade que inúmeras tentativas de substituir o pau-brasil como material para a confecção de arcos já foram realizadas. Desde os ensaios com tubos ocos de aço por J. B.Vuillaume, até as modernas fibras de vidro, sabe-se que ainda não se encontrou o substituto à altura (más com o avançar da tecnologia, não demorará para que os de fibra de carbono rivalizem).
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***Jean Baptiste Vuillaume: Estão lembrados dele na conservação do Violino Messias e Troppo Rosso? Não...risos? Então para os colegas que se interessarem e desejarem reavivar a memória...dêem uma lida no post sobre Antonio Stradivarius.
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O arco, às vezes, é erroneamente relegado à segundo plano, ainda que sendo parte integral na busca por um bom conjunto. Na realidade, um bom arco ajuda a aflorar as melhores características de um instrumentista, permitindo explorar os melhores “ataques” e tornando mais agradável sua experiência em tocar. O arco também tem vários tamanhos: 1/4, 1/2, 3/4, 4/4.
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>>> Material <<<
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Um bom arco tem sua vareta feita de pau-brasil e de boa procedência, snakewood e ébano, bem como marfim autêntico e casca de tartaruga. Cada arco é confeccionado à mão, de acordo com a madeira utilizada.
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A vareta é graduada em resistência e flexibilidade e, balanceada para o melhor tocar, de acordo com a preferência do instrumentista. Tem o talão em ébano, marfim e casca de tartaruga, com acabamento em madrepérola e prata ou ouro. Embora a maioria dos arcos siga o desenho tradicional francês, deve ser executado de forma a manter sempre a melhor flexibilidade possível em sua ponta.
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>>> Madeira para Arco de Violino – Pau Brasil (considerada a melhor madeira) <<<
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Em 1775, em Paris, François Tourte projetou o primeiro arco de violino com a madeira do pau-brasil. O projeto foi considerado como padrão, no que diz respeito a extensão e curvatura e o pau-brasil considerado a madeira ideal para essa finalidade, pois apresentava peso e espessura perfeitos. Ainda hoje, o pau-brasil continua sendo utilizado na fabricação de arcos de violino, sendo que muita madeira é desperdiçada neste processo.
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Para a produção de um arco de violino, é utilizada apenas a parte mais flexível da tora, sem nó, e cortada no sentido de maior comprimento das fibras, reduzindo o aproveitamento no trabalho artesanal a 15% da tora.
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As madeireiras são relutantes em divulgar o volume de toras de Pau-Brasil comercializadas anualmente em todo o mundo, porém uma estimativa baseada no número de arcos consumidos prevê uma demanda de aproximadamente 200 metros cúbicos anuais, no entanto, este número deve ser bem maior uma vez que o desperdício durante o processo é muito difícil de ser quantificado (1 arco de violino = 1 kg de madeira). Existem estimativas que elevam estes números para 900 metros cúbicos anuais!
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***Dado mais técnico: Um dos fenômenos físicos que caracteriza a necessidade acima é a resiliência* do material, uma das características da madeira. A resiliência é o que todo músico talentoso procura, mesmo sem conhecer esse conceito. A alta resiliência é uma das características específicas do pau-brasil (pernambuco). Um arco de excelente qualidade deverá ter alta resiliência, medida pelo elasticity tester (acima de 5.400 m/s). Sua madeira deverá apresentar alta densidade (maior que 1,1 g/cm3) e sua curvatura terá que se harmonizar com as qualidades acima descritas.
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***Resiliência é a propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.
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***1 kg de madeira para se produzir um arco de aproximadamente 65 gramas (6,5% de 1 kg)...não é a toa que novos tipos de materiais estão sendo usados para se produzir arcos (fibra de vidro e fibra de carbono).
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O preço final de um arco de violino varia em torno de US$ 500,00 a US$ 5.000,00 (nos mercados da Europa e Estados Unidos – ou – R$ 1.050,00 a R$ 10.500,00). Existem hoje no mundo cerca de 700 produtores de arcos, sendo que cada um é capaz de produzir cerca de 50 unidades por ano. Atualmente já existem algumas iniciativas envolvendo áreas de preservação da espécie para futuro manejo sustentável no Brasil, porém tais áreas estão longe de suprir a demanda do mercado mundial.
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>>> Procedência <<<
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A Alemanha possui larga tradição na confecção de arcos, caracterizados por sua solidez e dando ao instrumentista um feeling (sensibilidade) seguro ao tocar. Encontraremos bons arcos feitos também na Itália e na Bélgica. Alguns artesãos brasileiros têm feito bons arcos no país.
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>>> Principais Arquetários do Passado (luthier’s de Arcos) <<<
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Fora Tourte e seu Filho François Tourte (que não precisam ser citados). Dentre os arquetários de renomes do passado - podemos citar:
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Sartory (séc.XIX), S. Salchow (séc.XIX), W. Salchow (séc.XVIII), Pajeot (séc.XVIII), Persois (séc.XIX), Nicholas Maline, François Xavier Tourte (1747-1835), Sleeman, John Dodd (1752-1839), James Tubbs, W. E. Hills, François Nicolas Voirin (1833-85), François Lupot (1774-1837), Nicolas Eury (?-1830), Joseph Henry e Dominicque Peccate (1810-74), Charles Nicolas Buzin, Alfred Lamy, Louis e Claude Tomassin, Jean Baptiste Vuillaume (1798-1875 – guardião do “Messias” e “Troppo Rosso” http://explicasax.com.br/forum/viewtopic.php?t=6170 ), Fonclause.
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Na Alemanha surgiram Bausch, Knopf, Nurnberger e Pfretschner.
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Mesmo nos EUA surgiram bons arquetários, tais como William Salchow e John Bolander Jr.
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>>> Tipos de Arco <<<
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Quanto à construção, o arco moderno pode ser subdividido em dois grupos principais. O primeiro seria o modelo do violino, padrão também empregado pela viola e o violoncelo, assim como uma das modalidades do arco do contrabaixo, a chamada frandesa.
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Padrão de Arco para violino, viola e violoncello:
http://www.nhureson.com.br/foto_acessorios_violino_05.asp
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***No Brasil destaca-se o trabalho de Daniel Lombardi, de São Paulo, com arcos para Violino, Viola e Violoncello, confeccionados em pau-brasil selecionado. Lombardi é autodidata e tem cursos de especialização na Europa e nos Estados Unidos.
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http://www.lombardiarcos.com/home.htm
Padrão de Arco para contrabaixo:
http://www.paulogomes.com.br/usadoarco.htm
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Este último instrumento (contrabaixo) tem história e personalidade próprias, e as características de construção e utilização de seu arco lhe são absolutamente peculiares.
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>>> Os Arcos de Fibra <<<
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Arcos de madeira de alta qualidade estão ficando cada vez mais em falta. Os poucos arcos de madeira de alta qualidade que ainda existem e estão em boa condição são muito caros. O desenvolvimento da tecnologia de fibra de carbono irá, no futuro, diminuir a demanda por arcos de madeira.
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Para encontrar pedaços de madeira perfeitos para se fazer arcos – toneladas e toneladas de madeira precisariam ser cortados das preciosas florestas brasileiras. Proteger as florestas brasileiras é uma responsabilidade de todos nós. Embora arcos para violino exercem apenas uma parte da ameaça, a situação em geral é tão séria que o governo brasileiro editou uma lei proibindo a exportação da madeira Pernambuco (Pau Brasil) para fabricação de arcos.
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Aos poucos os músicos que tocam instrumentos de corda vão aceitando o arco de fibra de carbono. Os feitos atualmente oferecem alta performance e excelente sonoridade, a preços acessíveis. A vantagem da fibra de carbono reside em suas propriedades de consistência e flexibilidade.
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Dentre os fabricantes atuais merece destaque o arquetário italiano Claudio Righetti, de Verona.
Righetti foi um dos pioneiros em usar a fibra de vidro e de carbono, e seus arcos são construídos da maneira tradicional, com talão em ébano e montagem em prata ou ouro. Cada detalhe de acabamento é tão bem cuidado como os dos arcos de pau-brasil pernambuco.
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São confeccionados em três diferentes tipos: Lamy, Pecatte e Sartory, para cada característica de tocar. São peças de grande beleza. Custam por volta de US$ 1.500,00 (R$ 3.150,00) a US$ 2.000,00 (R$ 4.200,00) e podem ser encomendados diretamente de Claudio Riguetti ou, nos Estados Unidos, via site:
http://www.johnson-inst.com/catalog/glasserbow.htm
http://www.johnson-inst.com/catalog/righettibow.htm
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São bons também os arcos Coda, que existem em 4 tipos: Aspire (preço em torno de US$ 325,00 = R$ 682,50), Conservatory (US$ 475,00 = R$ 997,50), Colours (US$ 520,00 = R$ 1.092,00) e Classic (US$ 925,00 = R$ 1.942,50).
Arcos de fibra de carbono de boa qualidade se distinguem por suas boas características de balanço, resposta, flexibilidade e facilidade de tocar, e têm impressionado os instrumentistas mais exigentes.
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O luthier Ivan Labussiere também vem trabalhando com eles.
http://www.atelierlabussiere.com/leopoldbowbringl.htm
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Da Yamaha (obs: tive de "partir" o link abaixo para a pagina não ficar desconfigurada, quem quiser ver precisará colocar em sequência - aconselho "copiar tudo" e "colar" no Word - juntar as partes e abrir a partir de lá).
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***Obs: Tem a foto desse arco abaixo, resolvi deixar o link da Yamaha Européia na hipótese de algum colega desejar ver as novidades que a Yamaha destina ao mercado europeu e que dificilmente chegam aqui (não pela importação oficial da Yamaha Brasil, más via importadores independentes).
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***Clicando diretamente na parte sublinhada, vocês serão direcionados para a versão de Portugal do site.
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***Selecionem "Instrumentos Musicais...Instrumentos de Orquestra"...vocês irão ver os de cordas, sopros, etc.
http://www.yamaha-europe.com/yamaha_europe/portugal/
10_musical_instruments/20_orchestra/40_silent_strings/
20_acoustic_strings/20_accessories/10_carbon_bows/index.html
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>>> Preços de Arcos <<<
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Um arco para estudante pode custar entre US$ 40,00 e US$ 100,00 (R$ 85,00 e R$ 220,00). Um arco de boa qualidade para um estudante (um Hoffmann ou um Krausch, por exemplo) pode custar algo entre US$ 150,00 e US$ 400,00 (R$ 315,00 e R$ 840,00); se o estudante for um pouco mais exigente poderá partir para algo do nível de um CodaBow e pagar entre US$ 400,00 e US$ 1000,00 (R$ 840,00 e R$ 2.100,00).
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Já arcos de primeiríssima, como um Nicholas Maline (ano 1870) ou um Francois Lupot (ano 1815) podem custar US$ 50.000,00 (R$ 105.000,00). Um Sartory bem cuidado pode ter preço acima dos US$ 90.000,00 (R$ 189.000,00).
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***E vocês achando que só um “violinozinho” Amati, Guarneri, Del Gesu e Stradivari podiam atingir preços estratosféricos né...risos? Podem ir tratando de juntar um extra embaixo do colchão para adquirirem um bom arco quando tiverem seu já sonhado violino...risos.
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Ressaltando algo importante...
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Os arcos de fibra de carbono tendem a ganhar mercado devido aos vários tipos de leis que visam proteger ou dificultar a extração de determinadas madeiras (dentre elas, o Pau Brasil).
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Pois como foi dito, para encontrar pedaços de madeira perfeitos para se fazer arcos – toneladas e toneladas de madeiras precisariam ser cortadas das preciosas florestas brasileiras. Proteger as florestas brasileiras é uma responsabilidade de todos nós.
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Embora arcos para violino exercem apenas uma parte da ameaça, a situação em geral é tão séria que o governo brasileiro editou uma lei proibindo a exportação da madeira Pernambuco (Pau Brasil) para fabricação de arcos.
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E infelizmente, a perda de madeira para se fazer um arco é imensa, é de aproximadamente 1 kg para um arco de aproximadamente 65 gramas (6,5% de 1 kg)...não é a toa que novos tipos de materiais estão sendo usados para se produzir arcos (fibra de vidro e fibra de carbono).
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Aos poucos os músicos que tocam instrumentos de corda vão aceitando o arco de fibra de carbono. Os feitos atualmente oferecem alta performance e excelente sonoridade, a preços acessíveis. A vantagem da fibra de carbono reside em suas propriedades de consistência e flexibilidade.
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Enfim, a tecnologia não para e os arcos com cordas agradecem.
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Resumindo...
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Os arcos para finalidades sonoras foram inventados há cerca de 7000 anos pelos árabes.
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Nos séculos XVI e XVII os maravilhosos instrumentos de cordas sofreram grandes mudanças com o intuito de melhorar a sonoridade (ver o post sobre Andréa Amati http://explicasax.com.br/forum/viewtopic.php?t=6338 ).
Mas, nessa época, o arco usado pelos músicos era o que estivesse à mão, geralmente um simples arco barroco com aquelas modestas cordas de tripa. Apesar disso, foram criadas músicas e obras fenomenais, inigualáveis. Porém, o invento humano é, felizmente, infinito.
.
Com os compositores sempre criando novas obras para auditórios cada vez maiores, houve a necessidade de maior volume sonoro. Agora, já estamos falando do grande classicismo, das grandes orquestras. Nesse momento, as cordas passaram a receber muita atenção. E, por volta, de 1800, surgiram os grandes arqueteiros franceses, que passaram a desenhar e produzir o arco romântico, até hoje imitado.
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Na trajetória de sua evolução, o arco sofreu diversas transformações: das grandes curvaturas côncavas, passou por uma silhueta quase retilínea, até a incorporação da forma atual, convexa.
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O grande violinista Giuseppe Tartini (1692-1770), fundador de uma escola de violino, foi o idealizador do parafuso de ajuste do talão, que veio possibilitar o controle da tensão da crina – más foi o grande archetier ou archetaio Tourte (pai de François Tourte - será citado mais adiante), que adaptou tal mecanismo aos arcos.
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Depois... na França, no final do século XVIII, que o filho de Tourte – François Tourte (1747-1835) – fez uma modificação que revolucionou a técnica de todos os instrumentos de cordas: por volta de 1770 ele vergou a madeira do arco em sentido contrário, convexamente, com a barriga da curva em direção à crina.
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A vareta foi, assim, dotada de maior tensão e nervura, ou flexibilidade (essa é a forma atual dos arcos).


Última edição por £ëø Mø®£ix em 28/1/2012, 20:07, editado 1 vez(es)
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Evolução do arco Empty Re: Evolução do arco

Mensagem  £ëø Mø®£ix 17/2/2010, 01:25

Foi também o mesmo Tourte (François), originalmente um modesto relojoeiro, o responsável por experiências que levaram à escolha da madeira ideal, hoje universalmente utilizada: o Pau-brasil, também conhecido como pau-rosado ou pernambuco, duas de suas variedades – esta última, nome do estado brasileiro onde se supõe ter sido a madeira primeiramente encontrada.
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François Tourte também fixou as dimensões ideais para o arco, que no violino variam entre 74 e 75 cm de comprimento, com o ponto de equilíbrio (fiel) a 19 cm do talão. É verdade que inúmeras tentativas de substituir o pau-brasil como material para a confecção de arcos já foram realizadas. Desde os ensaios com tubos ocos de aço por J. B.Vuillaume, até as modernas fibras de vidro, sabe-se que ainda não se encontrou o substituto à altura (más com o avançar da tecnologia, não demorará para que os de fibra de carbono rivalizem).
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>>> Diferentes Tipos de Manejo do Arco (escolas Russa e Francesa) <<<
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A execução dos instrumentos de arco, obedece a princípios físicos comuns e tem os mesmos objetivos sonoros que quaisquer outros instrumentos. Partindo dessa premissa, pode-se empreender uma análise do uso do arco a partir das técnicas adotadas pelos principais didatas e teóricos modernos, entre os quais podemos incluir os violinistas Leopold Auer (1845-1930), Carl Flesh (1873-1944), Ivan Galamian (1903-1981), Dounis, Leland e Paul Rolland.
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Atualmente, as duas principais vertentes (escolas) são a Franco-Belga e a Russa.
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Essa última (Russa) é atribuída ao violinista polonês Henryk Wieniawsky (1835-1880), mas foi definitivamente consolidada por Leopold Auer, seu sucessor no Conservatório Imperial de São Petersburgo a partir de meados do século XIX. Apesar de a escola Russa ter sido bastante utilizada naquela época, a corrente conhecida como Franco-Belga, de Thompsom e Eugène Ysaÿe (1858-1931) é a mais difundida e adaptada entre os demais países europeus e Estados Unidos.
E esses grupos principais também podem ser acrescentadas algumas outras correntes do arco do violino: as escolas Franco-Belga-Russa, de Carl Flesch, a escola Italiana, de Zino Francescatti (1902- ) e Pina Carminelli, a Checa de Sevcík e Jan Kubelik ( 1880-1940) e a moderna Norte-americana de Louis Persinger (1887-1966) e Ivan Galamian – este último responsável pela formação de expoentes como Itzhak Perlman (1945 -), Pinchas Zukerman (1948 -), Nadien, Senofsky, além de uma legião de virtuoses do violino.
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Para melhor compreender essa multiplicidade de técnicas, deve-se lembrar que Joachim (violinista austro-húngaro (1831-1907), talvez o melhor violinista de sua época, amigo e colaborador de Brahms) empunhava o arco utilizando apenas o segundo, terceiro e quarto dedos, dispensando o indicador. Ysaÿe, ao contrário, empregava o indicador, médio e anelar, levantando o dedo mínimo; Sarasate, por sua vez, apoiava todos os quatro dedos sobre a vareta, mas contornava tal aparente excessiva firmeza utilizando a flexibilidade dos dedos com maestria.
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Auer, o consolidador da escola Russa, enumerou os principais fundamentos de sua técnica de arco. Concebeu que ela pode ser compreendida como a ação do polegar e demais dedos da mão direita, a flexibilidade do pulso e a atuação integrada do braço e antebraço direitos. Concluiu, também, que o dedo indicador deveria se apoiar sobre a vareta entre a segunda e a terceira juntas, sendo ele o principal responsável pela elasticidade na condução do arco e pela enorme e rica diversidade de formas de produção do som.
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O dedo médio, por sua vez, seria secundário na movimentação, devendo ser colocado de forma quase que diametralmente oposta ao polegar, enquanto o dedo anelar trabalharia próximo ao médio, de forma subordinada. Finalmente, a ponta do dedo mínimo seria apoiada levemente no extremo da vareta, nunca devendo ser levantado. A técnica de Leopold Auer advoga, também, a ação coordenada dos músculos do braço e antebraço e um pulso bastante flexível. Esta seria a forma de compensar qualquer possível rigidez advinda do apoio do dedo mínimo sobre a vareta – ao contrário, por exemplo, da escola Franco-Belga, que obtém maior flexibilidade pela utilização articulada quase exclusivamente pelos dedos indicador, médio e anelar.
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Para movimentar o arco para baixo, Auer propõe que o pulso se mova naquela direção, deslocando-o gradualmente até que a crina deslize sobre a corda, produzindo o som. Para deslocar o arco para cima, o pulso deve exercer movimento semelhante em direção contrária.
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Na escola Russa, o braço se desloca de forma confortável, nem muito perto nem afastado do corpo, devendo empregar uma movimentação natural. Quando se trabalha sobre a primeira e a segunda cordas, o pulso deve ser colocado em nível mais alto do que quando a terceira ou quarta cordas são utilizadas. A crina não deve estar muito tensa, e deve deslizar perpendicularmente à corda. Em vista desses fatores, pode-se compreender porque existe, entre os adeptos dessa escola, certa facilidade na projeção do som, com menor esforço do executante, e uma sonoridade que se pode descrever como densa, compacta.
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Antes de abordarmos a corrente Franco-Belga, é importante lembrar que uma outra escola, chamada Alemã, foi largamente utilizada no passado pelos músicos da Europa. Os que empregavam essa técnica trabalhavam com os dedos da mão direita praticamente juntos, a crina levemente tensa. Essa escola Alemã foi cedendo gradativamente lugar a outras tendências.
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A escola Franco-belga é provavelmente a mais empregada no mundo inteiro, nos dias de hoje. Entre seus adeptos, o indicador trabalha em contato com a vareta no extremo da segunda junta, e o polegar em posição oposta ao dedo médio. A crina deve ser utilizada com razoável tensão e a vareta de forma ligeiramente inclinada em direção ao executante.
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Finalizando...os cuidados necessários para a correta preservação e manutenção do Arco.
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>>> Cuidados com o Arco: <<<
.
*Encrinar
.
- Quando a crina não estiver mais retendo o breu (o som não será pleno / cheio)
.
- Quando estiver faltando crina
.
- Quando a crina estiver muito suja/velha
.
*Fachatura
.
É parte de metal, cordão de seda, plástico, etc. Têm durabilidade muito longa, porém a parte de couro deve ser trocada com maior freqüência para que não haja o desgaste da madeira da vareta.
.
*Curvatura / Alinhamento
.
O arco pode perder a curvatura e cambar para os lados com o uso constante, portanto a curvatura / alinhamento deve ser sempre conferidas e corrigidas para que se obtenha uma tensão ideal da crina.
.
*Ponteira
.
A ponteira de osso ou plástico deve ser trocada quando quebrar, pois sua função é proteger a madeira da ponta do arco que é uma área muito delicada e de grande vulnerabilidade.
.
*Botão do Talão (parafuso)
.
O parafuso deve estar sempre bem centrado ao arco. Com o uso constante existe um desgaste da madeira, por esse motivo o buraco do parafuso deve ser embuchado. A ponta do parafuso deve estar apoiada na madeira do arco (fundo do buraco), deste modo o botão não causará desgaste à madeira.
.
*Talão
.
- O talão deve estar em perfeito ajuste com o arco, pois ele não pode ter movimentos de balanço.
.
- Quando isto acontecer haverá um desequilíbrio do arco sobre as cordas do instrumento. As ferragens do talão quando desgastadas devem ser trocadas (underslide, ferrule, bronze).
.
- Observação: os lubrificantes usados no arco devem ser: grafite (no underslide) e graxa especial seca (no parafuso).
.
*Guardando
.
- Depois de utilizar, jamais esquecer de afrouxar o arco para prolongar sua vida útil.
.
*Conserto
.
- Procure um luthier que saiba fazer reparos, não tente efetuar consertos por si mesmo caso não tenha experiência (não conhecendo ninguém; procure uma escola de musica ou conservatório – a maioria tem parceria com luthiers).
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Evolução do arco Empty Re: Evolução do arco

Mensagem  Alexandre 19/8/2012, 13:58

EI passei um pouco de alcool no Arco e agora pra passar breu ta meio dificil alguem poderia me ajudar
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Evolução do arco Empty Re: Evolução do arco

Mensagem  Aleki3419 20/8/2012, 19:26

Alexandre FSS escreveu:EI passei um pouco de alcool no Arco e agora pra passar breu ta meio dificil alguem poderia me ajudar


é, passar um pouco de alcool de limpeza, pode ressecar a crina eu axo.
Caso o seu arco seja antigo e você já tenha há um tempo, provavelmente
ele vai estar danificado e "grudento" devido ao breu e então você pode
levar em um luthiê para ele fazer a limpeza na crina ou simplesmente
trocar a crina, mas, dependendo da marca do seu arco, pode valer mais a
pena comprar um arco novo
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Mensagem  £ëø Mø®£ix 24/8/2012, 21:12

Na verdade amigos, quem troca a crina é o arquexeiro. Geralmente os luthiers não gostam de mexer em arcos, porque é um coisa muito complicada, e cada um com sua especialidade. É quase igual ao médicos, mesmo sendo médico, um se especializa em ouvido, outro em ortopedia, outros no coração, genetica, assim por diante.
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É aquilo que eu falo, o povo acha que luthier é coisa simples, tentam fazer por si proprios em seus violinos ai o négocio desanda, porque é preciso muito conhecimento e experiência, tem alguns segredos que não são revelados e resultado é desastrosos.
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Por isso eu volto alertar, não faça nada de luthieria sozinhos a não ser que tiverem dinheiro para comprar outro violino etc. Compensa paga um pouco para um luthier fazer o serviço e ter um resultado satisfatório.
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Mas solucionando o problema:
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Solta o parafuso graduador da crina, vai debaixo do tanque pega um detergente e lava a crina. PELO AMOR DE DEUS! Cuidado para não embaraças as crinas, pois ai vai ser uma missão impossivel para você desembraçar, só um arquexeiro com experiencia vai conseguir fazer isso. Não deixa molhar a vareta do arco. É madeira, uma coisa que a gente faz para envergar a madeira é fogo ou água. Evite dandos a madeira do seu arco, porque para voltar ela no lugar é algo trabalhoso e só alguém que tem conhecimento do processor de envergação para conseguir um resultado bom.
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Lava com bastante agua para sair totalmente o breu fundindo e o alcool. Dá uma balançada segurando a ponta do talão que está solta e a vareta até sair o excesso de agua. Deixa secando no varal na sombra. Depois que estiver seca, pega um escova de dentes e pentea a crina com cuidado para não perder fios. Bota o parafuso e passa breu durante uns 5 minutos e depois beslica a crina para espalhar em todas as cerdas, balança o arco novamente com a crina frouxa para retirar o excesso de pó de breu. Depois só se divertir com o arco.
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Se precisar de comprar arcos, eu tenho alguns para vender, são arcos bons com preço acessivel.
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Qualquer dúvida só me consultar.
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Um forte abraço.
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Que Deus te abençoe sempre!
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Mensagem  £ëø Mø®£ix 24/8/2012, 21:19

aleki3419 escreveu:
Alexandre FSS escreveu:EI passei um pouco de alcool no Arco e agora pra passar breu ta meio dificil alguem poderia me ajudar


é, passar um pouco de alcool de limpeza, pode ressecar a crina eu axo.
Caso o seu arco seja antigo e você já tenha há um tempo, provavelmente
ele vai estar danificado e "grudento" devido ao breu e então você pode
levar em um luthiê para ele fazer a limpeza na crina ou simplesmente
trocar a crina, mas, dependendo da marca do seu arco, pode valer mais a
pena comprar um arco novo

Meu amigo, você falou em partes acertadisimo. Vou só esclarecer alguns pontos: Se usar alcool em crina sintentica, você vai ressecar a crina e vai perder ela.
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Se for em crina animal, vai ter um resultado bom, desde que saiba fazer o processo corretamente. O que acontecer que o povo passa alcool com um chumaço de algodão ou em um pano, fundi o breu, forma uma pasta grudenta. O correto é encher um recipiente e deixar a crina dentro dele até o alcool ficar amarelo e vai precisar trocar o alcool até que o alcool continue branco. Esse é o processo correto que pode dar um resultado bom.
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Já se você pegar a crina animal e ficar lavando debaixo da agua, passar shampoo ou outros produtos, pode deixar ela muito macia e vai ficar elastica, perdendo a pressão e logo vai precisar trocar ela.
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Crina animal é igual cabelo humano.
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Então quem não sabe limpar e não tem conhecimento o melhor é leva a um arqueixeiro ou luthier para realizar a substuição da crina como o irmão orientou o amigo de cima.
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